segunda-feira, 13 de junho de 2016

O Sumatra

Estamos na Malásia há algum tempo. Demoramos cerca de 4 dias da Tailândia até aqui. Apesar de ser uma navegação de apenas 156 milhas demoramos todo esse tempo pois durante a noite tem a presença de muitos pescadores e redes. Por causa disso todos os velejadores fazem apenas navegações diurnas.  Até os governos de ambos os países sabem que normalmente todos demoram cerca de 7 a 10 dias nesta travessia. 

Na Tailândia estava muito calor, mas aqui na Malásia parece que é mais ainda, quase todos os dias o termômetro chega a 34,5 graus.

A ventilação do barco é feita por gaiutas, vigias e pela escotilha que dá acesso ao “cockpit”. As vigias, porém, estão fechadas com placas de policarbonato há mais de um ano devido ao mar mais pesado por onde temos navegado.

Nesse vídeo dá para vocês terem a ideia melhor de como são fechadas as vigias.



Devido ao calor na Malásia resolvemos abrir essas vigias, e foi um alívio enorme.

Passaram-se alguns dias, ancorados em Langkawi, quando inesperadamente ocorreu o que já temíamos:...apareceu o Sumatra. Uma pancada de chuva, vento, ondas e trovoada. Foi um corre-corre atrás das placas de policarbonato, e fechar gaiutas além de ter que recolher a tolda. Tudo ao mesmo tempo. Barcos garrando (arrastando a âncora) e um deles foi parar nas rochas.

Sumatra é uma grande ilha pertencente a Indonésia e que se situa à oeste do estreito de Málaca, que separa a Indonésia da Tailândia e também da Malásia e de onde vêm essas tormentas fortes, mas de curta duração. Não mais do que duas horas.

Depois de alguns minutos, conseguimos recolher a tolda, fechar as gaiutas e colocar algumas placas nas vigias. Porém foi difícil, pois as placas são presas por seis parafusos, arruelas e borboletas. Então tivemos que improvisar. Colocamos sacos plásticos e panos nas vigias para não molhar mais do que já estava molhado.

Voltamos a retirar as placas novamente, pois o calor aqui é demais.

Alguns velejadores, quando se inicia uma trovoada, retiram alguns eletrônicos e os colocam numa Gaiola de Faraday de fortuna, que é o forno de cozinha. Nós, em nosso Kanaloa, estamos protegidos como tudo aqui dentro, por ser de aço e, por isso ele também é todo aterrado por natureza e também funciona como uma perfeita Gaiola de Faraday.

Por aqui tudo está tranquilo, estamos trabalhando no barco, esmerilhando e pintando alguns pontos.
Em pouco tempo iremos partir de Langkawi (Malásia) e zarparemos para uma nova ancoragem. Não vou deixá-los sem notícias.

                               

                                          Aqui tem trabalho também!


Até breve.

Jacqueline - Tripulante Kanaloa


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