segunda-feira, 25 de abril de 2016

Uma dificuldade na Tailândia.

Fomos visitar alguns “Hongs” na Tailândia durante esta nossa estada... Hong é uma lagoa no meio de uma ilha, cercada por paredões, com acesso ao mar através de um “canyon”, ou de túnel.
Na Ilha Koh Hong Krabi filmei uma entrada desses “Hong”, Veja ao final deste post.  
Entre uma ilha e outra ancoramos também em Koh Roi, um lugar bonito aonde fomos visitar um “Hong”. Durante a noite, lá pelas onze e meia, ouço meus avós andando no barco e conversando alto. Como quase nunca ocorre isso, achei estranho e levantei. Fui ao convés ver o que estava acontecendo, então eu vi o problema...
Um pescador havia colocado uma rede, e esta tinha sido arrastada pela forte correnteza e envolveu o nosso barco, prendendo principalmente na âncora. Demorou algum tempo até o pescador aparecer e ver o que tinha acontecido. Quando chegou perto meu avô começou a falar com ele em Inglês que sua rede havia enroscado, porém ele respondia em Tailandês, e como não somos fluentes (rs) nessa língua a comunicação foi difícil.
Eles estavam em dois no pequeno barco (um “Long Tail”, característico da Tailândia), O homem que estava na proa do pequeno barco começou a puxar a rede conseguindo arrebentá-la. Ainda bem que a rede não era muito forte mas estava fazendo muita pressão. Felizmente nossa âncora é uma excelente Rocna.
Quando não conseguiu mais puxar, ele amarrou uma ponta, ligou o motor e acelerou. Eu, meu avô e minha avó demos um grito (NOOOOO!!!!) Mesmo assim ele foi acelerando seu barco, arrastando a rede até a proa, assim dando a volta no nosso barco, chegando do outro lado ele cortou a rede e sumiu na noite.
Ficamos ali, com muito material da rede preso sob o casco, com uma forte correnteza, no meio de uma maré de lua, a uma da manhã, sem poder ligar o motor numa emergência, pois se ligasse teria o risco de enroscar no hélice ou no eixo, se já não estava,
Meu avô falou: “Vou ter que mergulhar agora. ”
E começamos os preparativos, máscara, nadadeira, roupa de mergulho, peso, lanterna, faca, cabos... então uma da manhã meu avô mergulhou, preso a um cabo seguro minha avó, para não ser arrastado pela correnteza. A visibilidade era de meio palmo com a lanterna.  Assim que mergulhou disse que estava fácil de fazer a limpeza e que não havia enroscado quase que em nenhum lugar. Ufa!!! Poderíamos dormir tranquilos.
Uma e meia da manhã, assunto resolvido, a correnteza continuou forte pela noite, porém se ocorresse alguma eventualidade já poderíamos ligar o motor e partir.
Foi um baita susto, mas ocorreu tudo certo no final, Nesse post deixo um agradecimento especial para meus avós, que “se viram nos trinta” o quanto e a hora que precisam, Capitão Torres e Almiranta Eliza.
Vou deixar um vídeo de um Hong e fotos dos barcos aqui da Tailândia - esses barcos são usados tanto para pescaria quanto para levar turistas, e todos eles na mesma cor e tipo de motor, só mudam as fitas.

Até mais, Tripulante Kanaloa, Jacqueline.





segunda-feira, 18 de abril de 2016

Fiji

Vou continuar contando sobre nossa chegada em Fiji em 2014. Assim que ancoramos fizemos contato para que os oficiais da Alfândega, Imigração e Quarentena viessem até o barco. Depois de todos os documentos feitos, desembarcamos no Iate Club e fomos fazer nossa carteirinha de associado para podermos utilizar o píer. Logo depois saímos para explorar Fiji. Cada pessoa que passava nos cumprimentava com um “bula” (um som parecido com “mbulá”) que minha avó ia respondendo  “Olá” toda contente. Você ouve “bula” o dia todo. Crianças no colo, como vimos, já vão repetindo o “bula”, que significa: “Olá”, “Seja bem vindo”.

A cidade me lembrou muito o centro de São Paulo, com muitos carros, ônibus, mas sem vidros, muita música e pessoas de muitas etnias. Nas lojas encontrávamos fijianos, indianos, chineses, coreanos, japonenes, etc. Muito diversificado. Numa loja até estava tocando a música da copa com a Claudia Leitte cantando, (isso eu me recordo bem).

Depois de comprar frutas, verduras e legumes, tudo em variedade muito grande, voltamos para o barco maravilhados com tamanha beleza, isso porquê ainda não tínhamos visto nada.
Pouco tempo depois partimos para a próxima parada, uma Ilha chamada Astrolábio. Muito bonita, de água azul clara, com corais e muitos peixes. Nesta ilha cheguei a ver três tubarões filhotes (caçonetes). Entregamos o presente para o Chefe da Aldeia, a “kava” (kava é uma bebida que é tomada em todos os locais, públicos ou privados. É uma bebida de boas vindas e ambos os sexos podem beber), quando experimentamos ela amorteceu minha boca...muito diferente.

Por todos os lugares que navegávamos havia muitos rasos e rochas quase a flor d’água identificadas, algumas vezes, por pequenas varetas. Então a navegação tinha de ser diurna e com todos atentos na proa do barco. Não só atentos no ecobatímetro (medidor de profundidades), GPS, Cartas Náuticas, como a olho (usamos óculos escuros com as lentes polarizadas para identificar as tonalidades de cor que definem as profundidades). Também usamos o aplicativo de GPS do Google, já que em todos os lugares pega muito bem a internet e a vista via satélite é muito boa para identificar os rasos.

A próxima aldeia que paramos foi onde conheci a Grace. Logo depois da visita à aldeia e do ritual que se faz pelo presente (“kava”) dado ao Chefe da Aldeia ela me convidou para jogar volei mais tarde. Quando retornei fomos pegar a bola e convidamos mais uma amiga. Começamos nós três, em pouco tempo havia mais de trinta pessoas se revezando nos times. Foi uma experiência incrível. 

Compramos uma cesta de mamões e fruta-pão (que frito na frigideira é uma delícia) e trocamos contatos no Facebook. Em 2015 conversamos pelo Facebook. Eu estava em Vanuatu na época - ela me contou que estava grávida e se fosse uma menina ela teria o meu nome. Fiquei muito feliz. É muito gratificante ser querida e lembrada. Nasceu uma menina, a pequena Jacqueline filha de Grace.

E aqui estão algumas fotos no Arquipélago Astrolábio e do volei:

Astrolábio

Astrolábio

Por do sol em Astrolábio

Astrolábio

Astrolábio



Astrolábio
Ritual da"kava"

Volei com fijianos


Volei com fijianos e Grace

Eu, Grace sua filha e seu sobrinho

quinta-feira, 14 de abril de 2016

Um passeio inesperado na Tailândia

Sim nós mudamos de ancoradouro. Ficamos na mesma baía só que ao invés de ficar na frente da Ilha Ko Man ficamos próximo aos locais de mergulho e resort. Deu até para eu pilotar o Kanaloa, coisa que eu adoro.
 Porém ficamos apenas um dia, pois também estava desconfortável e inviabilizava nossas idas para mergulhos, praia ou compras, pois teríamos que deixar o barco sozinho. Então partimos para Chalong, uma baía da cidade de Phuket na mesma Ilha de Phuket.
 Aproveitamos para ir ao supermercado, fazer compras e passear um pouco. Por aqui está bem mais tranquilo. A profundidade é menor, o solo é lama, o que faz com que a âncora grude mesmo. Em alguns momentos aparecem rajadas, mas não chegam nem a fazer ondas, está bem mais confortável.
 Quando vamos à cidade temos que tomar cuidado, pois o Kanaloa fica longe do píer de desembarque, e passam lanchas grandes em alta velocidade, e quando estamos no nosso pequeno bote inflável chegamos a ficar bem preocupados. Os barcos daqui estão, ou ancorados ou a toda. Não há meio termo.
 Para sair do píer e chegar à cidade, há uma ponte bem extensa para atravessar. O percurso é feito na caçamba de um caminhão. Porém logo que chegamos na ponte passou um caminhão e não parou, então resolvemos ir andando mesmo.
 Ao chegarmos em terra, vimos que as pessoas estavam portando aquelas armas que jogam água, achamos diferente mas prosseguimos. No taxi, a caminho do Shopping, o motorista nos contou que era feriado, o famoso Songkran, o Ano Novo Tailandês, comemorado do dia 13 até 15 de abril! Que sorte estar na Tailândia!
 Então vimos que as pessoas na rua estavam com a cara pintada, jogando água uns nos outros!  Cada moto que passava levava água das pessoas da calçada, ou até mesmo das caçambas das caminhonetes, estas, lotadas com foliões e seus baldes de uns 100 litros d’água!
 No shopping, onde há o mercado, um grupo apareceu tocando instrumentos locais, e dançando de rostos pintados e felizes! Foi muito interessante!
 Dentro do mercado os funcionários, todos encharcados e pintados, dançando e rindo o tempo todo.
 Passar próximo à panificadora do mercado era certeza de receber uma “mãozada” de farinha no rosto!!
 Fizemos a compra e fomos atrás de um taxi. E olha só! Não havia! Feriado! Na segunda tentativa um motorista foi buscar o carro na casa dele para nos servir.
 Pelo caminho vimos mais pessoas molhadas, e até com capa de chuva no sol! 
 Na entrada da ponte do pier, descemos porque carro só passa se pagar 200 baht, e o caminhão custa 10 baht por pessoa, ida e volta. Usamos o caminhão.
 Chegamos ao barco, arrumamos a compra e descansamos.
 Foi um dia e tanto.
 Até a próxima, Jacqueline. Tripulante Kanaloa
Não deixem de checar as fotos e o vídeo.

Foliões no Shopping.


Inclusive as caixas com os rostos pintados.



Vídeo dos Foliões no Shopping.

Atravessando a ponte no caminhão.

sábado, 9 de abril de 2016

Ancoradouro ao Sul de Phuket-Tailândia 9/04/16

Olá, nós estamos na Tailândia passeando e nos divertindo. Também, estamos aguardando a época certa para continuar a viagem para outros países. A estação de furacões não terminou no Oceano Índico .  Estamos na baía Nai Harn ao sul da Ilha Phuket. É um local abrigado, os ventos estão fracos e não chegam a 15 nós, Hoje deverão chegar ventos de noroeste não muito fortes ( 17 nós). O problema é que a baía é aberta para esse quadrante e entrarão ondas que nos deixarão com a popa (parte de trás do barco) voltada para terra o que é desconfortável e muito perigoso. Caso a âncora arraste iremos encalhar nas pedras, apesar que temos alarmes de profundidade e de posição. Talvez tenhamos que mudar de ancoradouro.
Onde estamos existem três praias. Uma bem comprida, que em alguns pontos chegam ondas altas que atraem alguns surfistas. Há alguns dias eu e meu avô resolvemos pegar "jacarézinho" nas ondas, e percebemos que muitas pessoas ficaram nos observando impressionadas, não demorou muito e outras pessoas estavam fazendo o mesmo (fica a dúvida se influenciamos ou apenas foi mera coincidência), nos divertimos bastante.
As outras duas praias, são praias com bastante pedras, uma delas nem conseguimos chegar com o bote inflável quando a maré está baixa. Sao praias muito bonitas.
Por aqui nós vimos muitas noivas e noivos tirando fotos, na praia, na costeira e até em um pico de onde saltam parapentes o dia todo. Também tem drones, aviões aeromodelo e saltos do penhasco.
Outra coisa imperdível é o mergulho, é muito bonito e diversificado de peixes. 
Curtam a página do Kanaloa Pelo Mundo no Facebook.
Abraços Tripulante Kanaloa.








quinta-feira, 7 de abril de 2016

Velejando Nova Zelândia - Fiji

Meu nome é Jacqueline, tenho 22 anos e e moro a bordo do veleiro Kanaloa!
Atualmente nós estamos na Tailândia.
A minha jornada começou em 2014 quando fui de avião até a Nova Zelândia com minha tia e meus avós.
Meus avós moram no barco ha 18 anos, eles deixaram o Brasil em 2004 e até hoje só retornaram de avião em datas Natalinas todos os anos.
Mas no ano de 2015 não pudemos voltar pelo dólar estar tão alto.
Bom, em 2014 depois de muitos anos sem navegar fiz a primeira travessia. Foi uma travessia de 9 dias até Fiji .
No primeiro dia eu tomei um remédio chamado "dramin" com o intuito de não ficar enjoada. Mas me fez muito mal. Eu conseguia ver e ouvir todos a minha volta mas não conseguia me mexer. Foi horrível! !!!
Enfim a travessia teve ventos de até 30 nós, com ondas de até 3 metros e meio de altura.
O barco balançava bastante,  e por eu estar sem remédio fiquei muito mal todos os dias. Mal conseguia comer e fazer minhas necessidades.
No último dia o mar e o vento deram uma trégua e foi a minha salvação.
Imagine você no barco balançando de todos os lados ( de um lado, pro outro,pra cima e pra baixo)  por oito dias seguidos sem pausa.
Para minha primeira travessia, foi uma aventura e tanto.
Chegamos em Fiji com sol e mar calmo. Mas histórias de Fiji vamos deixar para o próximo post.
Obrigada por lerem até aqui. Espero que tenha gostado.
Vou continuar a postar relatos dessa minha viagem que está sendo um sonho.
Abraços Jacque☆