quarta-feira, 15 de fevereiro de 2017

Costa da África do Sul, ainda no Oceano Índico.

Chegamos em Richard's Bay. Não demorou muito e um barco vizinho nos chamou no rádio, dizendo que uma oficial da Imigração nos aguardava para emitir os vistos no restaurante ao lado da marina. Foram 10 veleiros que chegaram naquele dia.

Na nossa vez ela nos informa que teríamos apenas um mês de visto na África do Sul.
Ficamos indignados, um mês seria muito pouco tempo para percorrer a África do Sul. Uma das travessias, por exemplo, de 100 milhas, tivemos que esperar 13 dias para termos uma janela razoável.

Ainda chateados com a documentação da Imigração fomos fazer os papéis da Alfândega, e para ir até lá juntamos pessoas e pegamos um “taxi coletivo”.

No dia seguinte fomos ao escritório da Imigração, com o celular na mão, aberto no site da Imigração sul africana, para mostrar que tínhamos direito a três meses.

Sem demora, o chefe da repartição mandou a funcionária que estava no balcão arrumar. Pensamos que ela iria emitir outro visto e invalidar o atual, mas não, simplesmente pegou uma caneta e "consertou" a data.

Problema resolvido, fomos conhecer um pouco a cidade.

Na virada do ano nós receberíamos meus tios no Kanaloa, e tínhamos que estar em Durban para nos encontrarmos.

Então partimos para Durban, mas antes fizemos os papeis de novo, pois aqui a cada porto tem que fazer entrada e saída, é tudo gratuito mas leva tempo.

A viagem para Durban foi tranquila, e o pessoal da Marina super solícito e sorridente. Logo nos avisaram que os papeis seriam feitos por ali por perto, e que daria para caminharmos.

Nos preparamos e fomos caminhando, custamos a achar o lugar, e em algumas vezes pedíamos ajuda, e por três vezes nos mandaram para o lugar errado.

Quando encontramos o lugar, já estava fechado. E era uma sexta, onze e quarenta da manhã, ou seja, somente segunda resolveriam os papeis.

Aproveitamos o fim de semana para conhecer a cidade. Em Durban é importante não sairmos sozinhos, a criminalidade é bem alta; uma amiga nossa teve sua bolsa aberta, mas ela percebeu e o ladrão saiu em disparada na direção oposta.

Mas o que nos impressionou é como são bonitas as sul africanas, todas bem arrumadas e com penteados incríveis.

Passamos natal e ano novo a bordo, conhecemos vários lugares, entre eles a casa onde Gandhi morou aqui na África do Sul e a escola onde Mandela depositou seu primeiro voto.

Quando estávamos preparados para a próxima travessia, só nos restou aguardar. Dez dias de aguardo, e mais dois dias por nova mudança de tempo. Somente no décimo segundo dia conseguimos sair para East London.

Chegamos à noite, tendo velejado a travessia toda, exceto na chegada. Estávamos em um grupo grande, espontaneamente formado e assim que chegamos notamos que o espaço seria pequeno para abrigar a todos.

Ficamos alguns dias todos próximos (no final tem fotos), e o fundo não era nada bom, era uma lama preta mole (má tença). Não tivemos coragem de descer em terra e deixar o barco sozinho. Felizmente seriam exigidos somente os papéis de saída.

Passados alguns dias, começamos a economizar água, pois não tínhamos motor de popa para ir a pequena marina encher galões, tamanha a correnteza e os ventos contrários. 

Também nos disseram que a água de lá era bem suja, e a do Rio Buffalo era escura e suja, portanto, era impossível fazer água com o dessalinizador.

Com a água quase acabando, tivemos o aviso do nosso quarto tripulante Kanaloa em terra, dizendo que teríamos um tempo bom e poderíamos sair.

Fomos fazer os papéis, e foi super rápido.

Quando estava tudo pronto um oficial disse para o meu avô que lhe daria 50.000 Rands pelo meu dote! Como assim? Ele queria pagar mais ou menos 10,000 reais para casar comigo! Demos risadas e fomos embora, para o barco.

Chegamos em Port Elizabeth em segurança, e atracamos no flutuante da marina, que balançava bastante com o vento. Felizmente o vento era 35 nós no máximo.

Em quatro dias, saímos em direção a Mossel Bay, chegamos na madrugada, e uma hora depois de ancorados, nos acordaram pedindo que saíssemos e fossemos para o cais, lugar de onde nos tiraram novamente no dia seguinte.


Conhecemos a cidade, que era muito bonita e aconchegante. No dia seguinte tínhamos uma janela grande que daria para chegar até a Cidade do Cabo (Cape Town) - mas não foi isso o que aconteceu... 

               East Lindos - Rio Buffalo

                Está London - Rio Buffalo

               East London - Rio Buffalo


               Cais onde ficamos atracados em Mossel Bay

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